Editorial

A dor da despedida

Na Copa do Mundo, como na vida, é sempre muito difícil dizer adeus. No sábado, por exemplo, Portugal se despediu do Catar nas quartas de final. Obviamente a despedida foi muito dolorosa para os portugueses. E doeu ainda mais - e aí não foi apenas para os lusitanos - porque a derrota por 1 a 0 para Marrocos marcou o último jogo de Cristiano Ronaldo em mundiais.

Melhor jogador do mundo por cinco vezes, o craque poucas vezes teve uma seleção à sua altura. Talvez apenas em 2006, quando ele tinha apenas 21 anos, e dividiu o meio-campo com os renomados Luís Figo e Deco. Quis o destino que justamente agora, com um ótimo time ao seu redor, ele vivesse um dos seus piores anos. Em abril, um dos gêmeos que ele e a esposa esperavam morreu no parto. Muito abalado, não conseguiu ter forças para ser o mesmo CR7 de sempre e foi perdendo espaço no Manchester United. E após uma entrevista polêmica, veiculada às vésperas da Copa, teve seu contrato rescindido com o clube inglês.

E a sua última Copa do Mundo, no entanto, ficou bem aquém do esperado. Marcou apenas na estreia, de pênalti, na vitória por 3 a 2 sobre Gana. Na derrota para a Coreia do Sul, quando Portugal entrou em campo com os reservas, o craque não gostou de ser substituído no segundo tempo e entrou em rota de colisão com o treinador Fernando Santos. Como “castigo”, começou no banco diante da Suíça e de lá viu Gonçalo Ramos, justamente o seu substituto, marcar três gols na partida das oitavas de final. Neste sábado, após a derrota para Marrocos, o craque deixou o campo chorando copiosamente. Em um misto de tristeza pela eliminação precoce e também por saber que nunca mais irá disputar uma Copa do Mundo.

Amanhã, será a vez de Lionel Messi entrar em campo pela Argentina contra a Croácia, na primeira semifinal da Copa. Como ganhando ou perdendo os semifinalistas têm mais duas partidas no Catar - o perdedor precisa encarar a melancólica decisão de terceiro lugar - o craque argentino fará seus dois últimos compromissos em mundiais. Isso significa que no próximo final de semana também será de despedida para outro gênio desta geração. Ganhando ou perdendo, no futuro vamos lembrar deste como um dia triste, tão triste quanto o 9 de dezembro de 2022. Pois será a despedida de mais uma lenda da principal competição esportiva do planeta.​

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